terça-feira, 15 de setembro de 2015

O Evangelho Segundo o Espiritismo  |  Fora da Caridade não há Salvação   |  Capitulo XV   |  1/3/2013
FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO
Em primeiro lugar, vamos relembrar o significado da palavra salvação da alma, na conceituação espírita.

É a libertação do Espírito da necessidade de viver em mundos materiais, onde faz a sua evolução através das reencarnações.

É a libertação das suas imperfeições, que o levam a errar, a praticar o mal a si e aos outros, pelo desenvolvimento das qualificações nobres que traz em si, desde sua criação por Deus.

É a libertação do apego aos prazeres e valores materiais, pela descoberta dos prazeres e valores espirituais, os únicos que trazem felicidade e paz duradoura.

É a conquista do reino de Deus em si mesmo, permitindo-lhe estar sempre em paz consigo e com Deus, em qualquer lugar e em qualquer situação.

Essa salvação, pela vontade de Deus, tem de ser conquistada por cada um dos Espíritos imortais no viver o bem, no estudo, no trabalho, no relacionamento com os demais, na resignação às expiações e provas, que são oportunidades de libertação das conseqüências das faltas e omissões de quem as sofre.

Essa salvação é conquistada, na vontade de seguir os ensinos e exemplos de Jesus, objetivando sair desta existência melhor do que quando nela entrou, no esforço diário de ser hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje.

Para trazer à humanidade o caminho dessa libertação, veio Jesus, o Espírito mais perfeito que já viveu na Terra, não para fazer o que deve ser feito por cada um, mas para ensinar o procedimento, o modo, o como fazer essa conquista interna. Por isso ele é o nosso Modelo, o nosso Guia, o nosso Salvador e Libertador.

Allan Kardec inicia, fazendo um paralelo entre o dogma religioso: “Fora da Igreja não há salvação” e o lema do espiritismo:” “Fora da caridade não há salvação”, apresentando argumentos.

O primeiro é exclusivista, absoluto, provocando divisões entre os homens, porque se funda na fé especial em dogmas particulares. Estimula a animosidade entre os sectários das diversas religiões, considerando os que não professam seus princípios, inimigos e condenados, sem remissão.

Essa máxima equivale a dizer: “Fora da verdade não há salvação”, igualmente exclusivista e falsa, uma vez que ninguém, nenhuma doutrina religiosa ou não, pode ter o monopólio da verdade. Os habitantes da Terra estão descobrindo, no seu processo de evolução as verdades que sua inteligência e sensibilidade permitem, como se vêm, nos avanços de todo o conhecimento, alterando-se, modificando-se, segundo o progresso da capacidade intelectual e moral do homem.

Se Deus houvesse feito, da posse da verdade absoluta, a condição expressa da felicidade futura, isso equivaleria a um decreto de proscrição geral”, isto é, ninguém seria feliz, ninguém seria salvo.

Essa máxima contraria, pois, os ensinos do Cristo e a lei evangélica.

O segundo, “apóia-se em um princípio universal, abrindo a todos os filhos de Deus o acesso à felicidade suprema”. É conseqüência do princípio de igualdade perante Deus e da liberdade de consciência, não importando as diferenças na maneira de adorar a Deus, e sim como demonstram e vivem esse amor, na caridade para com o próximo.

Estimula, portanto, a vivência do amor fraterno, provocando a união entre os homens.

A caridade ao próximo é o ponto de convergência de todas as religiões, sendo possível de ser cumprida, por qualquer pessoa, portanto, podendo unir em ações no bem, os de crenças diferentes.

O espiritismo, com esse lema, admite que a salvação não depende da fé religiosa, mas sim do cumprimento da lei divina que manda amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. 

Citando essa máxima, Allan Kardec diz: “Ficai certos de que em torno dela é que a humanidade inteira sentirá necessidade de se unir, quando se cansar das lutas geradas pelo orgulho, pela inveja e pela cupidez. Esta máxima, verdadeira âncora de salvação, pois, será o repouso após a fadiga, o Espiritismo terá a glória de havê-la proclamado. Que ela seja, de agora em diante, a palavra de união entre todos os homens que, sinceramente, querem o bem, sem segunda intenção. Mas fazei melhor ainda: gravai-a em vossos corações e, desde já, desfrutareis a calma e a serenidade que aí acharão as gerações futuras, quando a paz for a base das relações sociais.” (1)

Kardec escreveu que sendo o objetivo essencial do espiritismo a transformação da humanidade pela melhoria individual, para o qual deve tender todo espírita sério, ele definiu como primeiro dever imposto por essa doutrina o lema : “Fora da Caridade não há salvação”, que foi aceito com entusiasmo, como o sol do futuro, o símbolo da fraternidade, como uma garantia da segurança nas relações sociais. E ele afirma que “ela decorre do ensino dos Espíritos, os quais a colheram nos do Cristo, onde ela está escrita com todas as letras, como pedra angular do edifício cristão...” (2)

Não nos esqueçamos, pois, de que o espiritismo veio, com seus princípios, para auxiliar os homens a entenderem, aceitarem e viverem o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, conforme seu lema: Fora da Caridade não há salvação.

Leda de Almeida Rezende Ebner
Março / 2013
Se questionarmos um grupo de pessoas acerca do que significa ser feliz, obteremos respostas as mais diversas.
Alguns dirão que ser feliz significa ter uma vida confortável, sem preocupações financeiras. Outros dirão que a presença dos familiares e amigos já é suficiente para nos trazer felicidade.
Outros, ainda, poderão dizer que ser feliz é encontrar um grande amor, alguém com quem possa dividir os momentos de alegria e os de tristeza. E outros mais dirão que uma saúde perfeita é o que basta para a felicidade.
Outras respostas poderíamos enumerar, sem podermos afirmar qual delas é a mais correta ou a menos errada, pois que não há uma resposta em definitivo.
O Evangelho segundo o Espiritismo, em seu capítulo quinto, nos apresenta a máxima A felicidade não é deste mundo.
Alguns poderiam pensar que tal ensinamento é uma barreira às esperanças que todos temos de encontrar a felicidade verdadeira. Porém, não é esse o propósito da sentença.
Essa verdade traz luz à grande diferença que há entre buscar uma felicidade, por vezes, utópica e ser feliz de verdade.
Há tantos que depositam suas esperanças de felicidade nas ilusões que o dinheiro e as posses materiais podem oferecer.
Passam a vida trabalhando para conquistar um império financeiro e mal percebem o quanto são escravos.
De repente, quando se dão conta, os filhos já cresceram, os pais já partiram, as amizades já se desfizeram e, nesse momento, nem toda a riqueza acumulada é suficiente para lhes trazer a tão sonhada felicidade.
Esquecem-se de que muitas pessoas são verdadeiramente felizes morando em casas singelas, com vidas financeiras limitadas.
A felicidade, portanto, não pode estar nos bens materiais.
Há outros que buscam a felicidade em um grande amor: Quando eu encontrar aquela pessoa especial, serei feliz, dizem eles.
Mas quantas pessoas têm um companheiro ou companheira ao lado e não são felizes? E quantos mais há que, mesmo estando solteiros, possuem sempre uma alegria nos olhos?
Assim, a felicidade não pode estar no outro.
Então, onde encontrar a felicidade? Como ser feliz?
A máxima do Evangelho nos ensina que a felicidade verdadeira é uma conquista do Espírito, pois que todos nós fomos criados para a felicidade eterna.
Tudo o que necessitamos para sermos felizes está em nossos corações.
* * *
Se hoje você se decidir por ser feliz, não há nada que possa impedi-lo, a não ser você mesmo.
Então não deixe para amanhã: brinque, sorria, valorize as coisas simples. Acompanhe o crescimento dos filhos, abrace, aperte a mão de quem lhe quer bem.
Não guarde mágoas e deixe no passado qualquer sentimento de culpa. Não se entregue à autopiedade.
Seja otimista. Vibre com as conquistas. Valorize o presente. Planeje o futuro.
Organize-se. Reserve um tempo para você. Reserve um tempo para a família. Reserve um tempo para obras sociais.
E lembre-se: Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.
Redação do Momento Espírita, com base no
item 20, do cap. V, do livro O Evangelho segundo o
Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 24.07.2012.
            1 – Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus. (Mateus, V: 8).
             2 – Então lhe apresentaram uns meninos para que os tocasse; mas os discípulos ameaçavam os que lho apresentavam. O que, vendo Jesus, levou-o muito a mal, e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham. Em verdade vos digo que todo aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele. E abraçando-os, e pondo as mãos sobre eles, os abençoava. (Marcos, X: 13-16).
             3 – A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui todo pensamento de egoísmo e de orgulho. Eis porque Jesus toma a infância como símbolo dessa pureza, como já a tomara por símbolo de humildade.
            Esta comparação poderia não parecer justa, se considerarmos que o Espírito da criança pode ser muito antigo, e que ele traz ao renascer na vida corpórea as imperfeições de que não se livrou nas existências precedentes. Somente um Espírito que chegou à perfeição poderia dar-nos o modelo da verdadeira pureza. Não obstante, ela é exata do ponto de vista da vida presente. Porque a criança, não tendo ainda podido manifestar nenhuma tendência perversa, oferece-nos a imagem da inocência e da candura. Aliás, Jesus não diz de maneira absoluta que o Reino de Deus é para elas, mas para aqueles que se lhes assemelham.
            4 – Mas se o Espírito da criança já viveu, por que não se apresenta, ao nascer, como ele é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A criança necessita de cuidados delicados, que só a ternura materna lhe pode dispensar, e essa ternura aumenta, diante da fragilidade e da ingenuidade da criança. Para a mãe, seu filho é sempre um anjo, e é necessário que assim seja, para lhe cativar a solicitude. Ela não poderia tratá-lo com a mesma abnegação, se em vez da graça ingênua, nele encontrasse, sob os traços infantis, um caráter viril e as idéias de um adulto; e menos ainda, se conhecesse o seu passado.
            É necessário, aliás, que a atividade do princípio inteligente seja proporcional à debilidade do corpo, que não poderia resistir a uma atividade excessiva do Espírito, como verificamos nas crianças precoces. É por isso que, aproximando-se a encarnação, o Espírito começa a perturbar-se e perde pouco a pouco a consciência de si mesmo. Durante certo período, ele permanece numa espécie de sono, em que todas as suas faculdades se conservam em estado latente. Esse estado transitório é necessário, para que o Espírito tenha um novo ponto de partida, e por isso o faz esquecer, na sua nova existência terrena, tudo o que lhe pudesse servir de estorvo. Seu passado, entretanto, reage sobre ele, que renasce para uma vida maior, moral e intelectualmente mais forte, sustentado e secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida.
            A partir do nascimento, suas idéias retomam gradualmente o seu desenvolvimento, acompanhando o crescimento do corpo. Pode-se assim dizer que, nos primeiros anos, o Espírito é realmente criança, pois as idéias que formam o fundo do seu caráter estão adormecidas. Durante o tempo em que os seus instintos permanecem latentes, ela é mais dócil, e por isso mesmo mais acessível às impressões que podem modificar a sua natureza e fazê-la progredir, o que facilita a tarefa dos pais.
            O Espírito reveste, pois, por algum tempo, a roupagem da inocência. E Jesus está com a verdade, quando, apesar da anterioridade da alma, toma a criança como símbolo da pureza e da simplicidade.